Abarth


A verdadeira nacionalidade de Carlos Abarth ainda é uma constante, algumas pessoas afirmam que nasceu no início do século passado na Jugoslávia mas que era de família italiana outras pessoas dizem que a sua verdadeira nacionalidade era austríaca. A verdade foi que Carlo Abarth revolucionou o mundo dos automóveis ao longo da sua vida.
Karl Albert Abarth era de signo astrológico escorpião, escorpião esse que viria a ser o logótipo da empresa que viria a fundar. O seu talento de engenharia foi reconhecido com apenas 16 anos, em que já projectava  quadros de bicicletas e motos.

Começou por ser piloto de motos. Deixou todos de boca aberta quando alcançou o tempo da volta mais rápida por duas vezes consecutiva durante o teste. Porém no dia da corrida, ele foi obrigado a participar numa máquina de substituição que viria a sofrer uma falha mecânica. Karl suspeitou de sabotagem.
Mais tarde viria a comprar uma moto de origem britânica, que ele desmontara peça por peça fazendo pequenas alterações, correu com essa mota e a sua primeira vitória aconteceu em Salzburgo, no dia 29 de Julho de 1928, o facto surpreendente foi que competiu sem apoios de fábrica ou assistência mecânica alguma.



Um ano depois, ele construiu a sua primeira moto e passou a usar o nome Abarth, vindo a ser cinco vezes campeão europeu, o seu nome fez grande sucesso na década de 20 mas mais tarde devido a um acidente teve de deixar as competições de motos.
Um segundo acidente, mais grave, ocorreu em 1939, durante uma corrida na Jugoslávia deixou-o internado durante um ano, foi ai que se retirou das corridas para sempre. Durante a guerra, trabalhou na fábrica Ljubljana Ignaz Vok. E foi experimentando novas formas de colocar motores de combustão interna a trabalhar eficazmente.
Abarth


Após a guerra, Abarth regressou a Itália, restabelecendo contacto com velhos amigos da família Porsche tornou-se representante italiano do estúdio de design da Porsche.
Mais tarde veio a conhecer pessoas influentes como o presidente da Juventus, Dusio, que o financiou para construir um novo e revolucionário monolugar baseado no trabalho do Dr. Ferdinand Porsche. O 360 Cisitalia que tinha tracção às 4 rodas e um motor em posição central, com 1.493cm3, dois compressores e 12 cilindros capaz de produzir 300 cavalos de potência.
360 Cisitalia

Tudo estava bem até que  Dr. Porsche, o cérebro por detrás do design do carro, foi detido com direito a prisão, acusado de colaborar com Nazis.
A Cisitalia entrou em insolvência. Dusio muda-se para a Argentina, levando o prótotipo 360 Cistadilia.
No entanto Carlo Abarth sem nada a perder fundou a Abarth & C. SRL, a 31 de Março de 1949, com o seu amigo e piloto: Guido Scagliarini.
Abarth criou a sua própria equipa de corrida chamada “Squadra Abarth”. ligou-se inteiramente aos automóveis e durante 50 anos as suas criações são verdadeiras relíquias. Os seus carros eram sinonimo de qualidade, design e competição.

Carlo usou a sua experiência com escapes de motos para desenvolver um novo tipo de silenciador. Era composto por um tubo central de secção constante com passagens laterais em fibra de vidro,  melhorando o desempenho, tendo também um som mais agradável.

Os silenciadores foram apresentados numa cor matte com acabamento em preto e pontas cromadas. O seu preço era elevado mas os condutores foram equipavam os seus veículos. Em 1962, as vendas globais chegaram a quase 260 mil unidades. O interesse de outros fabricantes automóveis foi enorme, incluindo a Alfa Romeo, a Maserati e a Ferrari, e em 1952 Abarth fornecia sistemas de escape para o Ferrari GT.

Com a chegada do Fiat 600, em 1955, Carlo Abarth viu a oportunidade de criar um pequeno e acessível automóvel desportivo. Utilizando a base do 600 e um motor de 750 cm3 desenvolvendo mais do que o dobro de potência do carro original, a Abarth modificou a carroçaria do carro usando dois estilos diferentes através do design by Zagato – o Fiat Abarth 750 Zagato e Fiat Abarth 750 GT Zagato.

Fiat Abarth 750 GT Zagato.

A empresa Abarth lançou a sua gama de caixas de conversão (cassetta di trasformazione) que continham numa caixa de madeira todas as peças necessárias para converter o Fiat original, o que ainda acontece nos dias de hoje. Incluía tudo o que era necessário para dar mais potência: árvore de cames, cambota, êmbolos, segmentos, colector de admissão e de escape, válvulas, radiador, carburador, juntas, escape, filtros, tubulações, correias, ferramentas, óleo, emblemas cromados e claro as respectivas instruções.

Abarth talvez tenha sido a primeira e verdadeira marca tunning.
O sucesso da Abarth foi cada vez maior e passou além de fronteira inclusive o oceano, pois viria a ser  reconhecido em 1958 por Franklyn Delano Roosevelt Jr., filho do presidente americano, viajou para a Itália para assinar um acordo de exclusividade para distribuir os carros na América.

Em 1958 criou a sua obra-prima. Aproveitando o lançamento do novo Fiat 500, um carro desenhado com uma construção simples e baixos custos de produção, Carlo criou Fiat 500 Abarth. Embora o carro exteriormente parecesse inalterado, a compressão do motor foi alterada, foi aplicado outro carburador um Weber 26 IMB, e a admissão e o sistema de combustível foram optimizados. Juntamente com uma linha de escape Abarth, e a potência assim subia dos 13 cavalos originais para os 26 cavalos de potência máxima.

Durante sete dias e sete noites, o Fiat 500 Abarth realizou uma maratona que entrou para a história: durante uma distancia de 18,186 km a uma velocidade média de 108 km/h, o 500 Abarth bateu seis recordes internacionais, quase um por cada dia.
Carlo tinha provado que pequenos automóveis citadinos poderiam ser usados como base para automóveis de corrida, rápidos e fiáveis.
Fiat 600D Abarth


No mesmo ano, a Abarth reforçou a sua parceria com a Fiat. A empresa prometeu recompensar financeiramente a Abarth com base no número de vitórias em competição. Abarth viu o seu sucesso a crescer mais e tudo isso contribuiu para a entrada numa série de corridas, conseguindo uma sequência incrível de vitórias.


Os anos sessenta foram uma época de ouro para a marca do escorpião.
O Fiat 600D de 1960 ostentava um novo motor, com 767 cm3, de quatro cilindros produzindo uns modestos 29 cavalos modificado pela Abarth ficava com 847 cm3, debitando 57 cavalos de potência e velocidade máxima era de 140 km/h. O que lhe permitia na altura ser tão rápido quanto as berlinas com o dobro do tamanho.
A tampa do motor traseiro ficava sempre aberta. Muitas pessoas achavam que era para refrigeração, mas na verdade era para melhorar o desempenho aerodinâmico do carro. Ainda hoje alguns carros de Abath são criticados pela sua desleixa e andarem com a tampa aberta visto ela não ser para esse fim, mas na verdade eles eram rápidos.

Abarth acreditava que o Fiat 500 ainda podia ser melhorado, em 1964, lançou o Abarth 595 SS, aumentou a potência, para 32 cavalos e consequentemente a velocidade de ponta subiu para 130 km/h. Na verdade, todos os modelos Abarth estavam em constante desenvolvimento. Em 1964, um novo escorpião estava pronto a lançar veneno, Abarth 1600 OT (Omologata Turismo),155 cavalos de potência, motor de 1592 cm3 de quatro cilindros, velocidade máxima de 210 km/h e alcançava os 100km/h em 7,2 segundos.


 Em 1965, os carros de corrida da marca Abarth esmagavam a concorrência. Com quase 900 vitórias. No entanto, houve um preço a pagar.
 Devido ao extenso calendário de corridas, os custos crescentes de preparação foram aumentando.
Mas 1965 Carlo Abarth com 57 anos voltou às pistas. A 20 de Outubro teve de perder 30kg para poder caber no cockpit, estabeleceu o recorde de aceleração em Monza, pilotando um monolugar Fiat Abarth 1000 Classe G.

No entanto, a empresa focou-se apenas em vitórias do que em obter lucro, e em Agosto de 1971, a Abarth teve que se fundir com a Fiat.
A Fiat reorganizou então a Abarth para preparar automóveis para os ralis, e o sucesso continuou com vários segundos lugares.
Para Carlo Abarth viria a ser ultrapassado na recta da vida por uma doença grave, acabaria por falecer no dia 23 de Outubro de 1979, com 71 anos. A sua morte, tal como o seu nascimento foram no signo de Escorpião. Era o fim de uma Lenda. No entanto o seu nome continuou em 1980, com o sucesso nos ralis sob a bandeira da Lancia. Infelizmente na década de 90 a Fiat e a Lancia passaram a ser uma marca medíocre com uma gama cada vez mais cínica e maus produtos de engenharia.


Recentemente a Fiat lançou Abarth de novo e as primeiras realizações da nova empresa incluem o automóvel de rali Grande Punto Abarth S2000, que ganhou o inaugural IRC.
Actualmente o futuro parece risonho para a marca do escorpião, talvez não tanto no capítulo desportivo como era outrora.  Mas o escorpião ainda pica.



Referencias bibliográficas: Autoblog

Analise ao Fiat 500 Abarth
O exterior não é indiferente a ninguém, para mim é dos carros mais bonitos que a Fiat já lançou. Penso que será um carro que viverá para sempre pois as suas linhas são intemporais. Com a estética Abarth ainda mais bonito fica, ligeiramente mais agressivo, muitos não conhecedores de automóveis dirão que as duas ponteiras traseiras são obra de um puto pseudo tunning acabado de tirar a carta.

O interior. Não estavam á espera de colocar a família toda lá pois não? Mas se quiserem ele pode bem com ela, o espaço atrás não é muito abundante mas ainda concegue ser mais espaçoso que o MINI, no que toca aos lugares da frente, para quem for alto, irá sentir que a posição de condução não é ideal. É um carro algo barulhento, para o bem e para o mal, desconfiamos que mais tarde possa vir a ter ruidos parasitas, mas o som de escape é fabuloso.

A condução é divertida, a potência do motor turbinado de 1.4 litros com 135cv às 5500rpm, é enviado às rodas da frente através da caixa de 5. Dos 0-100km/h faz em 7,9 segundos e velocidade máxima de 205km/h. Este carro não foi feito especialmente para números, mas sim mais vocacionado para a diversão atrás do volante.

Ao contrário do que muita gente possa pensar pelo facto de ser pequeno e não ter estrutura para certa estabilidade, este carro é bastante seguro devido a ser FWD, faz curvas fantásticas, graças á sua suspensão dura, pena não ter apoios nos bancos o que faz com que por vezes escorregamos em condução mais desportiva.

Custa cerca de 24000€, mas lembre.se que está a comprar um futuro clássico a baixo custo. Se esta motorização não lhe serve e quiser ainda mais veneno de escorpião, com mais 4000€ existe o pack Essesse com mais 25cv e 24nm.

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